A Noite do Dia 12 - Um grito de protesto contra a misoginia enraizada nas estruturas sociais e instituições públicas

 

Um mergulho profundo em um mundo sombrio de crimes não resolvidos e de desigualdade de gênero, através de uma narrativa poderosa que transcende as fronteiras de um simples drama policial.

Sob a direção habilidosa de Dominik Moll, o filme "A Noite do Dia 12" lança um grito de protesto contra a misoginia enraizada nas estruturas sociais e instituições públicas, induzindo à reflexão sobre a injustiça que permeia a sociedade contemporânea.

A perturbadora estatística reveladora da parcela significativa dos casos de homicídio na França que permanece sem solução descortina a narrativa de uma história verídica que define o roteiro base do longa, incorporando um elemento trágico adicional a essa realidade - a jovem Clara Royer, brutalmente agredida e queimada viva por um agressor mascarado, sem qualquer motivo aparente. A partir de então, o capitão Yohan Vivès, interpretado de forma perturbadora por Bastien Bouillon, assume a liderança da investigação, adentrando em um labirinto sem saída.

"A Noite do Dia 12" transcende as fronteiras de um suspense policial ao explorar corajosamente a misoginia, o racismo e o preconceito enraizados nas autoridades responsáveis pela investigação. O filme denuncia a dura realidade da injustiça e da desigualdade sociais resistentes, evidenciando a injusta culpabilização das vítimas e a objetificação das mulheres. As intensas interpretações dos atores induzem ao questionamento sobre a falta de empatia manifestada pelas autoridades durante os interrogatórios, bem como sobre a ineficiência do sistema judicial e investigativo que permite a perpetuação da impunidade.

Dominik Moll, com sua visão cinematográfica perspicaz, proporciona ao público uma experiência que vai além do entretenimento. Inspirado em um evento trágico da vida real, o filme desperta senso de urgência para exigir responsabilidade das autoridades e uma transformação radical nos sistemas governantes.


resenha: psales e msenna

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