13 Sentimentos: Uma Jornada Íntima pelos Labirintos do Amor LGBTQIA+
"13 Sentimentos: Uma Jornada Íntima pelos Labirintos do Amor LGBTQIA+"
O tão aguardado retorno de Daniel Ribeiro ao mundo do cinema LGBTQIA+ oferece uma visão íntima e complexa dos relacionamentos modernos, a partir de um mergulho nas profundezas da vida amorosa de João – homem branco gay – interpretado com convicção por Artur Volpi.
Apesar de o filme ser merecedor de elogios ao retratar as lutas emocionais de João após o término de um relacionamento homoafetivo de uma década, é perceptível a falta de representatividade diversificada dentro do espectro LGBTQIA+. A despeito de João ser o protagonista e o foco central da trama, outras experiências e identidades dentro da comunidade são amenizadas ou não são representadas de forma significativa. Essa lacuna na representatividade limita a amplitude da história e exclui vozes importantes dentro da comunidade queer. Ademas, a narrativa falha na delineação do perfil de Hugo – o ex-companheiro de João, interpretado por Fabricio Pietro pois, enquanto a sua presença poderia ter sido uma oportunidade para explorar questões mais profundas sobre relacionamentos passados e crescimento pessoal, sua inclusão muitas vezes se faz de modo superficial e de forma exagerada – resultando num enredo empobrecido e que poderia ter sido enriquecido com a exploração mais aprofundada dos conflitos emocionais entre os dois personagens.
Embora o filme assuma um viés que tangencia a realidade e a fantasia através das sequências fictícias do roteiro de João, a respectiva abordagem nem sempre é realizada coerentemente. As transições entre o que é real e o que é fantasioso podem desorientar o espectador e, em alguns momentos, desviar a sua atenção relativamente à narrativa principal. A eventual amenização desses elementos poderia beneficiar a experiência do espectador e fortalecido a mensagem do filme.
Não obstante, é inegável que "13 Sentimentos" oferece uma estética visualmente cativante e uma trilha sonora envolvente – cortesia da direção de arte de João Vitor Lage e da trilha sonora de Arthur Decloedt, que contribuem para a criação de uma atmosfera emocionalmente rica que complementa as performances dos atores enquanto protagonistas.
"13 Sentimentos" é, sem dúvida, uma obra que ressoa com aqueles que compartilham as lutas e os triunfos dos relacionamentos modernos, apesar de não lograr na abertura de espaço adequado para um diálogo mais amplo e inclusivo dentro do cinema LGBTQIA+.
resenha: psales e msenna
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